Menarca – esse é o nome da primeira menstruação, que, geralmente, ocorre entre 10 e 14 anos. A média é entre 12 e 13 anos. Antes dela, o corpo na puberdade apresenta outras mudanças, “avisando” que a menstruação vai chegar. São transformações provocadas pelo início da produção de hormônios sexuais nos ovários. A menarca costuma surgir entre 2 a 2,5 anos após o início da puberdade. É esperada a aceleração do crescimento ou estirão puberal com:
surgimento do broto mamário
primeiros pelos pubianos
entre 6 a 12 meses antes da menarca, o aumento da produção de estrogênio provoca o aparecimento de um corrimento vaginal fisiológico
O aspecto da primeira menstruação varia, mas o mais comum é que o fluxo seja fraco. Porém, há meninas que desde a primeira menstruação já apresentam grande fluxo.
Como escolher o absorvente?
A escolha do absorvente é muito pessoal, mas é bom levar em consideração a intensidade do fluxo.
1. Protetor diário – muitas mulheres usam por causa da secreção natural, mas não recomendo deixar a região ainda mais abafada com risco de fungos e bactérias.
2. Absorvente externo – é uma boa opção por ter alternativas para fluxos mais leves ou muito intensos. A troca varia de a 4 horas de acordo com a quantidade de menstruação.
3. Absorvente interno – apresenta variedade de tamanho para cada tipo de fluxo e é usado no interior da v a g i n a. É melhor para usar na água e atividade física. Deve ser substituído a cada 4 horas. Meninas que não tiveram relação sexual podem usar.
4. Coletor menstrual – são feitos de silicone medicinal ou borracha utilizada na produção de material cirúrgico com duração de até 10 anos. Também há opções de acordo com o fluxo. A posição correta é mais próxima da entrada do canal vaginal e não no fundo, como acontece com os outros absorventes internos. Ele pode ser esvaziado a cada 12 horas, dependendo da quantidade de menstruação. Meninas que não tiveram relação sexual podem usar.
São considerados ecológicos.
5. Calcinhas absorventes – absorvem a menstruação e secam rapidamente, sendo mais indicadas para fluxo leve a moderado. São reutilizáveis.
6. Absorvente de tecido – são uma alternativa aos absorventes comuns, ecológicos e sustentáveis.
Preciso menstruar?
Você pode escolher não menstruar
Verdade. Se a mulher não fica confortável com a menstruação, existem contraceptivos que diminuem o fluxo/frequência e até impedem que ocorra.
Não menstruar pode provocar infertilidade
Mito. Não menstruar não deixa a mulher infértil, mas também não preserva os óvulos, que morrem de qualquer forma com o tempo.
A suspensão da menstruação pode ajudar no tratamento de algumas doenças
Verdade. Entre elas: cólicas, miomas e endometriose.
É perigoso o sangue “não descer”
Mito. Se não há ovulação, o endométrio (camada que reveste o útero) não se forma. Assim, não há sangue para descer.
Não menstruar até ajuda a prevenir doenças
Verdade. A produção de estrogênio acontece a cada ciclo. Este hormônio é um dos principais responsáveis por problemas como mioma, pólipos, endometriose e câncer de mama. Tomar pílula pode evitar estas doenças porque a quantidade de hormônio é menor.
Como saber se meu fluxo é normal?
É bem comum a mulher sofrer com fluxo intenso e não comentar sobre isso na consulta. Geralmente, elas acham que é assim mesmo ou ficam constrangidas. Porém, eu preciso fazer um alerta! Menstruação em excesso não é normal. Separei algumas dicas para você saber, se pode ser o seu caso:
– Trocar de absorvente comum ou interno a cada duas horas ou menos
– Usar dois absorventes juntos para conter a fluxo
– Vazamento na roupa
– Fazer troca durante à noite para não passar pro lençol
– Fluxo intenso por mais de 7 dias
Vale lembrar que o fluxo varia para cada mulher, mas estes são sinais de que é preciso conversar com a gineco. A intensidade pode estar relacionada com problemas como: alterações nos níveis de estrogênio e progesterona, fibromas, miomas e pólipos no útero, doença inflamatória pélvica, alterações no colo do útero e endometriose.
Minha filha quer tomar pílula – e agora?
Ai essa dúvida….
Pra muitas mães ela chega antes da primeira relação sexual, pra outras quando a filha já teve a primeira vez. E nas duas a apreensão é a mesma. Afinal, esse é um marco na vida da adolescente.
Primeiramente, eu preciso dizer – calma! Se vocês tiveram essa conversa ANTES, que bom! Se foi depois, que bom também. Pelo menos ela veio te contar!
Aqui, só estaria errado não conversar. Se o papo está fluindo, comemore, sim. Se ela acha que vai ficar mais segura com a pílula, mesmo já usando camisinha, esteja aberta e procure uma ginecologista.
Na primeira consulta, “costumo conversar com as meninas para avaliarmos o melhor método, e o que ela se sente confortável em usar” e sempre reforçar que o uso do anti previne gestação e não as doenças que podem ser transmitidas na relação sexual.
Você pode até aproveitar este post para puxar o assunto em casa.