Os prejuízos da gravidez na adolescência

Você sabia que 1 em cada 7 bebês nascidos no Brasil são de mães na adolescência? Meninas de 10 a 19 anos que tem a vida transformada com a gravidez. Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, os números vem caindo, mas a cada dia ocorrem mais de mil nascimentos de filhos de adolescentes.

Por que isso é problema? O mais comum é que elas param de estudar e com isso tem mais dificuldades no mercado de trabalho, ganhando salários menores. Além disso, as complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente. Elas tem maior risco de eclâmpsia, endometrite puerperal, infecções sistêmicas e prematuridade, segundo a Organização Mundial da Saúde. Converse em casa e acredite que a prevenção vai fazer toda a diferença.

Na consulta comigo eu converso sobre gravidez e prevenção assim:

– Costumo perguntar para as mães se as meninas estão tento relação, se contaram e fazem uso de algum método contraceptivo.

– Se mãe não sabe e a menina está junto, tento falar diretamente com a adolescente, pedindo para mãe aguardar na recepção. Também tenho o hábito de falar com elas na sala de exames, longe das mães.

– Eu noto que algumas mães tem dificuldade e preferem não abordar este assunto com as filhas. Elas acreditam que dar um método contraceptivo estimularia a relação sexual precoce ao em vez de prevenir uma gestação.

Eu já disse aqui que como mãe entendo que é difícil falar sobre isso. Como médica também já defendi que quanto mais tarde melhor o início da vida sexual. Porém, essa hora vai chegar e a melhor coisa para todo mundo é que a adolescente encontro um ambiente de diálogo, sem julgamento e com informação. Vamos pensar mais sobre isso?

Implante hormonal é liberdade!

Pode parecer bobagem quando ainda não se experimentou essa sensação, mas não se preocupar diariamente com a pílula é um alívio. Eu digo isso porque no consultório este é um relato frequente das pacientes que optaram por métodos contraceptivos de longa duração.

Os implantes hormonais são altamente eficientes e duram 3 anos, liberando continuamente um hormônio derivado da progesterona – o etonogestrel – na corrente sanguínea. O hormônio bloqueia a ação dos ovários, impedindo a liberação dos óvulos. Ele também aumenta a hostilidade do muco cervical, que passa a ser mais espesso e, portanto, reduz a motilidade do espermatozoide. O bastão, de 2 mm de diâmetro por 4 cm de comprimento, é colocado pelo médico sob a pele do braço. Algumas mulheres poderão ter diminuição ou ausência de menstruação.